Vidigal é coisa de cinema!

Essa é uma máxima do núcleo de cinema do Nós do Morro. Esse também é o tema de uma das mostras do Festival de Cinema Brasileiro em Paris. Sim! A favela fará parte da 22º edição do festival conduzido pela diretora cinematográfica Kátia Adler, que esse ano celebra os 40 anos da obra “Bye, bye, Brasil” (Cacá Diegues).
A mostra Focus Vidigal traz em sua divulgação a seguinte frase: “porque é mais essencial do que nunca reconhecer artes periféricas, Jangada vem convidá-lo para uma reconexão”. De fato a mostra é um reencontro, uma reunião. Explico o porquê. Ocorre que a curadoria é assinada pelo cineasta Luciano Vidigal. O artista, cria da favela que incorporou ao nome, iniciou sua carreira no cinema em um filme de Kátia Adler, “Sem cor” (1999), estrelado por outro vidigalense, Pablo Sobral.
Naquela ocasião, a diretora não podia prever que o menino tímido de dez anos se tornaria um importante diretor do cinema brasileiro. Luciano Vidigal, formado pelo Nós do Morro, tem em seu currículo filmes premiados como “Neguinho e Kika” (2005) _ prêmios nos festivais de São Paulo, Londrina, Rio de Janeiro e Marseille (França), “Cinco X Favela – Agora por nós mesmos” (2010/ episódio “Concerto para violino”) _ que teve sua pré-estreia no Festival de Cannes, “Cidade de Deus - 10 anos depois” (2013) _ exibido em mais de cinquenta festivais nacionais e internacionais, “Lá do Alto” (2015) _ melhor curta no Los Angeles Brazilian Film Festival.
Embora já tivesse ocorrido em mostras anteriores o reencontro entre Adler e Luciano Vidigal (dois dos filmes do diretor já foram exibidos no Festival de Cinema Brasileiro em Paris), agora há a reunião desse cineasta com seus pares. Isso porque a mostra Focus Vidigal exibe filmes dirigidos por moradores do Vidigal ou que o tem como tema/cenário.
Os filmes que serão exibidos a partir de hoje trazem temáticas diversas. As obras abordam desde a questão LGBTQ+, o lirismo da infância, a temas politizados. Segundo Luciano Vidigal, a intenção é mostrar através do cinema o quanto a favela é diversa.
Assim como ocorreria no teatro Arlequim, em Paris, caso a pandemia não tivesse inviabilizado o público, cada sessão é acompanhada de um debate com os diretores e atores _ só que agora virtualmente.
Acompanhe a programação em: www.jangada-vod.com. Afinal, o Vidigal é coisa de cinema e lugar de talentos!
Filmes em exibição na mostra Focus Vidigal:
Marulho – Marcello Melo
O Poder – Sabrina Rosa
Amanhã já é outono – Luciana Bezerra
Picolé, pintinho e pipa – Gustavo Melo
Lá do Alto – Luciano Vidigal
Copa Vidigal – Luciano Vidigal
Meu preço – Fabrício Santiago
Vidigal Olimpo – Isabel Joffily
Tangerina do Vidigal – Jonathan Haangesen
Vidigal, SOS Vidigal – Cavi Borges