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TV Portal Favelas - Programa Arte Contempolítica: Cultura, Ancestralidade e Territórios

No Arte Contempolítica desta quinta feira, 14/01, às 21h, o nosso tema será Cultura, Ancestralidade e Territórios, para assistir, clique aqui


A valorização da cultura - Num mundo cada vez mais global, a Cultura, mais do que um expediente de lazer nas sociedades modernas, é um instrumento de construção de identidades. A socialização do conhecimento e a promoção do acesso aos bens e processos culturais fazem parte de nosso projeto de fortalecimento das três dimensões da Cultura adotada por nós: a função simbólica e estética, sua força econômica na geração de renda e emprego e a sua função social para a emancipação dos sujeitos. A consolidação de uma cidadania cultural dende da conjugação dessas três dimensões.


Logo, descentralizar os investimentos culturais e fazer com que as políticas públicas culturais cheguem também nos territórisos periféricos de forma a preservar a diversidade cultural, inclusive, diversidade de padrões estéticos, é luta central na construção de uma sociedade menos desigual.


Desmonte do Estado e ataque à cultura - O presente momento figura-se como o mais instável em que vivemos no campo da cultura desde a criação do seu Ministério em 1985. O atual esvaziamento da pasta, que depois foi extinta e agora é um departamento do Ministério do Turismo, tem aprofundado a calimitosa situação que se encontra os trabalhadores da cultura, em todo território nacional. Muito antes da pandemia já havia um processo de paralização do setor cultural, com fechamentos de orgãos públicos responsaveis nas esferas estaduais e municipais em nome da “crise econômica” protagonizando o desemprego nesta área. Dois aspectos são importantes para entender esse processo: a radicalização do processo neoliberal no desmonte do Estado distribuidor de bem estar social brasileiroe o ataque frontal a Cultura como espaço de disputa simbólica.


Essas duas ações casadas vêm centrando forças na restauracão do sentido das “Belas Artes” como representação da plutocracia reinante (ou da classe dominante), como se cultura fosse um direito restrito à classe média alta e à elite. Simultaneamete houve a promoção da criminalização dos processos e formas culturais ligadas às tradições, ao campo popular e às práticas ligadas a ancestralidade.


A promoção de uma estética elitizada e criminalização das práticas tradicionais afetam direta e negativamente os territórios periféricos. Podemos chamar esse cerco como um processo de descaracterização identitária desses territórios, que afeta os territórios como um todo, indivíduos e o coletivo. E quando entendemos o fenômeno no território vamos entendê-lo nas cidades, nas regiões e nas variadas situações.



Vamos ao exemplo do Rio de Janeiro que uma expressão da diversidade cultural que caracteriza o Brasil no exterior. É impossível imaginar o Rio sem o ritmo do samba e a batida do funk, sem a festa da Penha e a feira de São Cristóvão, sem suas escolas de samba e blocos de rua, sem seu teatro e cinema. É impossível imaginar o Rio sem a centralidade da cultura.


A insitação ao ódio - Completaram-se dois anos e três meses da eleição de um presidente que fez uma campanha baseada no ódio. Um ódio planejado e anunciado por Jair Bolsonaro, que fez sua primeira vítima em Salvador da Bahia ao retirar a vida do Moa do Catende, fundador do Badauê, compositor, músico e mestre de capoeira.


De lá para cá, sentimos a mão pesada do obscurantismo sobre as manifestações culturais do país. Com a ascensão do extremismo, a perseguição aos trabalhadores da cultura aumentou terrível e assustadoramente. A ação da extrema direita se materializa com censura. Essa é a forma mais profunda e dolorosa de ataque ao pensamento artístico, político e científico. E a censura saiu do armário em sua forma mais vil e desavergonhada.


Provocação - A extrema direita chegou, se instaurou e continua sua trajetória a fazer muitos estragros. E agora, como vamos sair dessa?


Convidadas:


Wania Sant’Anna - historiadora, pesquisadora de relações de gênero e relações étnico/raciais e consultora para programas coorporativos de diversidade e equidade de gênero. Membro da Coalizão Negra por Direitos, Vice-Presidente do Conselho Curador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – IBASE, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em História Comparada do IFCS/UFRJ e colunista do site Congresso em Foco na coluna Olhares Negros.


Elaine Marcelina - escritora, graduada em História, Mestre em História. Tem seis livros publicados, dentre eles “Mulheres Incríveis” e “As coisas simples da vida” (seu primeiro livro infantil). No final de 2019, lançou a Série da Marcelina, criou uma personagem negra, com três livros. Participou de várias antologias, dentre elas Cadernos Negros: ed. 38, 40 e 42. Ministra a Oficina de escrita criativa: Meu primeiro livro, incentivando a escrita entre crianças, jovens e adultos. É membro do grupo de pesquisa: ÁFRICAS – UERJ/UFRJ.


Neide Jane Carvalho.

Formada em Serviço Social, pós-graduação em gestão pública.

Atualmente, Secretaria de Combate ao Racismo do PT/RJ e da assessoria da Deputada Federal Benedita da Silva. Membro da Coordenação do Fórum Estadual de Mulheres Negras RJ. Membro de movimentos sociais como Eu Voto Nas Pretas, Marcha das Mulheres Negras, Fórum da Mulheres Negras na Alerj.


Comunicadores: Álvaro Maciel e Rumba Gabriel

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