O líder comunitário do Jacarezinho, Rumba Gabriel, faz um alerta dramático: “Eles não vão parar de nos matar!!”
Rumba disse que o Jacarezinho sempre foi um território de resistência à ditadura. Dois partidos políticos tinham sede na favela, muitos ativistas atuavam diretamente na comunidade, onde a convivência, embora difícil e muito pobre, era alegre e com garra para lutar contra a opressão.
Ali, naquele território, todos eram bem-vindos. E estas ações politizavam o povo da favela.
Mas, de repente, tudo isto foi deixando de existir porque a maioria dos ativistas e militantes saiu para lutar em outra dimensão, quando os partidos de esquerda ocuparam o poder provisoriamente.
E, segundo Rumba, a favela foi abandonada. Rumba afirma que existem poucos líderes na comunidade, “somos um quilombo de resistência”, diz ele. Mesmo muitas entidades e ongs que usam o discurso de esquerda e defesa das comunidades pobres permaneceram aqui, abandonaram estes territórios.

Rumba fez também um relato forte da chacina e falou que alguns dos corpos caídos nos becos foram arrastados pela rua e um destes cadáveres foi vilipendiado, colocado deitado numa cadeira com um dedo na boca... ato covarde e vil.