Atualizado: 8 de jul. de 2021
Um dos matadores da chacina do Jacarezinho muda a versão do primeiro depoimento e afirma que a polícia não foi atacada pelos moradores.
O policial civil Anderson Paes da Silva, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) deu dois depoimentos contraditórios para o episódio da chacina no Jacarezinho. Anderson é investigado pela morte de um homem e um adolescente, no dia 06 de maio, quando centenas de policias entrarem na favela e realizaram a operação policial mais letal da história, com 28 mortos (inclusive a de um agente policial).
Anderson Paes deu versões diferentes para o mesmo episódio: no primeiro depoimento, na delegacia de Homicídios, horas após a invasão, ele afirmou ter sido alvo de “rajadas de tiros” e, por isso, reagiu junto com um colega que estava com ele ao que considerou uma “injusta agressão”.
Segundo a matéria do Jornal Extra de 07 de julho de 2021, oito dias depois deste episódio, Anderson voltou à unidade e deu outra justificativa: alegou que uma das vítimas apontou uma pistola em sua direção e que, a segunda, segurava uma granada, mas não houve ataque aos policiais. Esta nova versão está mais de acordo com o resultado da perícia feita no local do crime e que não encontrou sinais de que tivesse havido confronto.
Outra contradição foi quanto ao horário que teria acontecido o crime: primeiro, ele disse que teria acontecido às 07h. Já na segunda versão, disse que o crime foi cometido às 8h30. Ainda de acordo com a matéria do jornal Extra, escrita pelo jornalista Rafael Soares, as autoridades da Polícia Civil disseram que só vão comentar o caso depois de encerradas as investigações.
