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Nos 92 anos de Mangueira, mais uma Estrela sobe aos Céus.




Claudio Alves dos Santos ou simplesmente, Claudio Alves. É a mais nova estrela que sobe. Nos deixa de pandeiro, tamborim, cuíca e caixa na mão, só o Surdo Um irá tocar. E tocar muito lento, mas com um som tão estridente que fará tremer mais uma vez as nossas favelas sambistas. Foi assim com Tantinho que um tantão de gente ouviu a sua última marcação por aqui.

Nelson Cavaquinho, parceiro do meu pai Antônio Filho (o Rumba original), escreveu que: “Vivo tranquilo em Mangueira porque sei que alguém há de chorar quando eu morrer”. Nelson tinha muito medo da morte, o enredo de 2011 retratou esse medo com fantasias que tinham máscaras e foices. Quem desfilou naquele ano presenciou. Foi tão alegre e festivo que muitos choravam mesmo, até eu, mas era de pura alegria.

Esse desfile nos lembrou os Gurufins que aconteciam nos morros quando morria um de nós. Tinha samba, cachaça, carteado e ladainha. Uma festa! Na sepultura, lá estava a Bandeira e o Surdo no momento derradeiro. Aquele era o símbolo e confirmação de que nos reencontraríamos algum dia. Com certeza!

O parceiro compositor Junior Miranda publicou: “perdemos nosso Preto Mandingueiro, o Síndico do Lajão do Jambalaia, poeta, da Estação Primeira de Mangueira, Villa Rica e Alegria da Zona da Zona Sul”.

O Nelson termina o seu samba dizendo que: “Mas o pranto em Mangueira é diferente

É um pranto sem lenço que alegra a gente

Hei de ter um alguém pra chora por mim

Através de um pandeiro e de um tamborim

Então Claudio Alves, tá liberado o samba cara!

Canta daí pra nós:

Mangueira é Nação é Comunidade!

“Nossa festa”, nosso samba, ninguém vai calar!

Sou teu filho fiel Estação Primeira

Por tua Bandeira “vamos nos eternizar”


Claudio foi um dos que me ajudou na pesquisa para o Tombamento da nossa Ala como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro através da autora Deputada Estadual Dani Monteiro.


CLAUDIO SOUZA ALVES. 15/07/1964 – 06/05/2020

Obs.: grifo meu na frase final, vamos nos eternizar.

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