MST mineiro denuncia violência cometida pelo governo Zema ao permitir um despejo em meio à pandemia

O Movimento Sem Terra do estado de Minas Gerais denuncia o despejo violento realizado pela PM na tarde desta sexta-feira, 14. Em meio à pandemia, o governador Romeu Zema colocou a vida e a saúde de milhares de pessoas em risco, demonstrando o seu descaso com o povo, mostrando sua face covarde e criminosa.
Segundo o Movimento, após 56 horas de resistência no Acampamento Quilombo Campo Grande, o despejo marcado para quarta-feira, 12 de agosto, se concretizou com um ataque violento da polícia às famílias organizadas. Foram três dias de tensão, violações de direitos humanos e solicitações para que o governador Romeu Zema suspendesse a ação policial. A mobilização do aparato policial promoveu aglomeração expondo não somente as famílias Sem Terra, mas também toda a população da região à propagação do Coronavírus, inclusive grávidas, idosos e outras pessoas do grupo de risco.
Segundo o MST, houveram várias denúncias de que a área de 26 hectares já estavam desocupados, foi ampliada para 52 ha no último despacho da Vara Agrária e a operação policial foi além da determinada pela liminar, destruindo a casa e lavouras de sete famílias. Mais uma vez, o Estado se coloca contra os interesses do povo e promove a escalada de violência no campo. Além de realizar um ataque direto à educação do campo, quando a operação derruba a Escola Popular Eduardo Galeano, local que oportunizou à inúmeras crianças, jovens e adultos o direito de aprender a ler e escrever.
No final da tarde de quarta-feira, o governador Romeu Zema publicou no Twitter que a Secretaria de Desenvolvimento Social de Minas Gerais solicitou a suspensão do cumprimento da ordem judicial para reintegração de posse da área. O anúncio foi entendido como uma vitória pelo MST e ajudou a conter a tropa de policiais, que desejava avançar sobre as casas da área em disputa.