Mais um trabalhador preto é assassinado no Rio
Na manhã desta segunda-feira, dia 4 de janeiro, Marcelo Guimarães, 38 anos, morreu baleado no caminho para o trabalho, perto de um dos acessos à Cidade de Deus, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Moradores e familiares de Marcelo afirmam que ele foi assassinado pela Polícia Militar, vista no local, onde o caveirão foi visto e não houve confronto. Sem sequer ser abordado, o trabalhador negro acabava de levar para a escola o filho de cinco anos, agora órfão de pai.

No mesmo dia do assassinato, moradores da Cidade de Deus protestaram bloqueando a Linha Amarela por cerca de 25 minutos. Nas redes, a hashtag #justiçaparamarcelo rapidamente virou um dos assuntos mais comentados do país. A Polícia Militar afirma que houve tiroteio no local e que irá abrir um Inquérito Policial Militar, conforme manda o protocolo - famoso por sua efetividade em inocentar assassinos frios.
Já na primeira segunda-feira do ano o extermínio da população negra mostra sua cara mais evidente, obrigando o povo mais uma vez a pedir justiça. O luto das favelas, agora como sempre, segue isolado, enquanto a mídia, o Congresso e o judiciário, que se auto-elogiam como os garantidores da democracia se fazem de surdos ao que acontece diariamente. Essa matança vai seguir acontecendo, enquanto o grito de protesto não partir do conjunto do povo brasileiro e as correntes da opressão forem quebradas na luta pela liberdade e justiça.
Em nota, a Assessoria de Imprensa da Polícia Civil afirmou que a investigação está em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Nesta terça-feira (05/01), outras testemunhas foram ouvidas pelos agentes. Os policiais militares que participaram da ação também prestaram esclarecimentos na Delegacia. De acordo com depoimento dos PMs, dois agentes estavam com o blindado. Criminosos dispararam contra o veículo e um dos militares efetuou um disparo de dentro do blindado para que seu companheiro de farda entrasse. Após a ação, a perícia foi realizada no local do crime e um cartucho foi apreendido. As armas dos PMs foram apreendidas para realização de confronto balístico e, desta forma, verificar se o projétil apreendido no local do crime é do mesmo calibre das armas dos policiais militares. O blindado utilizado pelos PMs também foi periciado. A Delegacia de Homicídios vai analisar todos os fatos para determinar de onde partiu o tiro que atingiu MarceloGuimar