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Jornalista Jesus Chediack morre de COVID19

Jesus Chediack, que morreu na tarde desta sexta-feira, foi professor de interpretação e direção teatral, ator, diretor e dramaturgo. Dirigiu e produziu dezenas de espetáculos em diversos Estados. Em cinema, foi ator, roteirista, dirigiu e produziu vários curtas e um longa. É Curador da secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa e realizou oficinas de teatro em todo o Brasil, entre elas, uma sobre teatro na educação em diversas cidade de Mato Grosso, em parceria com o escritor Paulo Coelho.

Conselheiro e Diretor de Cultura da ABI, Associação Brasileira de Imprensa Chediack é mais uma vítima desta epidemia do coronavirus. A entidade divulgou nota, assinada por Ana Helena Tavares e Claudia Sanches, que reproduzimos a seguir:

A Covid-19, que já fez cerca de 10 mil vítimas no Brasil, vitimou, na tarde desta sexta (8), o jornalista, escritor, cineasta e dramaturgo Jesus Chediak, de 78 anos, que era diretor cultural da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e atuava como curador da superintendência de Artes da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. Chediak estava internado desde segunda-feira, 4, no Assim Medical Center do Méier, Zona Norte do Rio. A Prefeitura de Duque de Caxias, cidade onde Chediak deixou sua marca como secretário de Cultura, na gestão do ex-prefeito Alexandre Cardoso, decretou luto oficial de três dias pelo falecimento

Artista multi-talentoso, Chediak era associado da ABI há mais de 40 anos. Jogou sinuca com Villa Lobos nas lendárias mesas de bilhar do 11º andar da entidade. Participou de vários Conselhos da Casa do Jornalista. Dividiu cadeiras de conselheiro com Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar, Carlos Heitor Cony e tantos baluartes da cultura brasileira. Foi diretor de Cultura durante a gestão de Barbosa Lima Sobrinho e, mais recentemente, nas gestões Maurício Azedo, Domingos Meirelles e Paulo Jeronimo Sousa. Lançou na ABI o Cine Macunaíma, sendo um precursor do cinema novo. Montou, com parcos recursos, no teatro do 9º andar da entidade, uma peça sobre a morte de Vladimir Herzog, considerada pela revista Veja como a melhor daquele ano de 1976.

Chediak foi também diretor da Casa França Brasil e professor da Universidade Federal da Bahia e autor de diversos livros, entre eles “Brasil, país do presente: contribuições para a formulação de um socialismo cristão brasileiro”. Entre os filmes que produziu, o mais recente foi um sobre a vida de Pedro Aleixo. Era irmão de Almir Chediak, morto em um assalto em 2003. Uma de suas peças de teatro era uma sofisticada obra expressionista chamada “O poder dos inocentes”.

Jesus Chediak deixa a esposa Glória Chediak, também jornalista, e quatro filhos já adultos: Paloma, Tiago, Julian e Neelash.

O presidente da ABI, Paulo Jeronimo Sousa, lamentou a perda do companheiro de tantas lutas na Casa do Jornalista, e o fato de não poder se despedir do amigo, nesses tempos tão difíceis.  “Em tempos normais, faríamos o velório na própria ABI, que era a sua casa. É muita tristeza”, disse ele,  acrescentando:

“Perdemos hoje um grande companheiro, Jesus Chediak, diretor cultural da ABI, jornalista, escritor, cineasta, dramaturgo e professor. Enfim, um homem plural. Eu, particularmente, estou arrasado. Estivemos juntos nas últimas quatro campanhas pela direção da ABI. Era muito mais que um amigo; era um irmão. E o mais devastador é que não podemos nem sequer nos despedir dele. Em tempos normais, faríamos o velório na própria ABI, que era a sua casa. É muita tristeza. Manifesto, em meu nome, em nome da minha família e em nome de todos os seus companheiros de militância e de convívio fraterno na ABI, o mais profundo pesar por esta perda desoladora. Estamos solidários com a dor de sua mulher, Glorinha, e de seus filhos. Que nosso querido Jesus Chediak descanse em paz” .

Apaixonado por política e pela sétima arte, Chediak escreveu os roteiros de “Os viciados” (1968) e “Banana mecânica” (1974). Chegou a trabalhar como ator nos filmes “A lenda de Ubirajara” (1975), “Ladrões de cinema” (1977) e “As borboletas também amam” (1979), e produziu e dirigiu “Parto para a liberdade — Uma breve história de Pedro Aleixo”.

Este documentário, lançado na sede da ABI em 2015, revela acontecimentos inéditos nos bastidores da promulgação  do AI-5, em 13 de dezembro de 1968.

Também como Diretor de Cultura e Lazer da ABI, implantou projetos como o CINE ABI, que acontecia semanalmente sétimo andar da entidade. Chediak fez história ainda como ex-diretor da Rio Arte e do Teatro João Caetano.

“O produtor, ativista, teatrólogo, cineasta e jornalista deixa um enorme legado para o município e para todos aqueles que o admiravam”, disse o prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis. .

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