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Entrevista exclusiva com médica que está na trincheira da COVID 19

Atualizado: 3 de mai. de 2020

Se tem alguém que sabe a exata dimensão desta guerra contra o coronavirus, estes são os profissionais de saúde que enfrentam diariamente a rotina do atendimento básico à população,

Uma destas guerreiras contou para o Portal Favelas como é enfrentamento diário nesta guerra com a falta de equipamentos, carência de pessoal e pouco apoio do poder público. Estamos falando da médica Valeska Antunes que há 17 anos trabalha na comunidade de Manguinhos, com a equipe do Consultório na Rua e atende a população em situação de rua. Seu trabalho também engloba outros territórios vizinhos como a Maré e o Jacarezinho.

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Médicos de família, enfermeiros, auxiliares e a turma de apoio que trabalha nos consultórios de rua, postos e nas UPAS são capazes de testemunhar o drama e o caos cotidianos. Drama de uma população carente e negligenciada desde sempre pelo Estado e o caos da falta de recursos e de políticas públicas eficazes. A médica Valeska confirma que a falta de recursos é geradora desta situação:

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Este contato direto e diário com a população lhe permite afirmar que nas duas últimas semanas de abril houve um crescimento gigantesco, exponencial, de atendimentos com muitos casos de pessoas já com a COVID 19 em estado avançado. E a tendência é aumentar ainda mais.

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Nem há como saber o numero exato de pessoas infectadas, pois a notificação oficial não reflete a realidade, por diversos motivos:

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Enquanto isso, a rotina no atendimento continua precária, especialmente pela falta de uma das principais armas nesta guerra de saúde: o oxigênio.

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Valeska Antunes assina a nota dos médicos que repudia o protocolo do governo de Estado que pretende priorizar atendimentos a pacientes que terão acesso a leitos e respiradores contra a Covid-19. Em calamidade, ninguém deve morrer enquanto não se esgotam os recursos disponíveis. E estes recursos existem e não são usados.

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A médica diz ainda para as pessoas conterem a ansiedade com relação ao teste contra a doença. Ela é a favor do teste em massa e briga por isso, mas considera que ele é muito mais importante como ferramenta de planejamento das ações de saúde do que simplesmente atestar se uma pessoa é positiva ou não. Entenda isso aqui neste áudio.

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Se o teste em massa ainda não está disponível, o mais importante de tudo é seguir as orientações das autoridades sanitárias e fique em casa. Mas, Valeska compreende que é muito difícil trabalhar qualquer campanha de isolamento quando o próprio presidente estimula o povo sair para as ruas e que cabe ao Estado oferecer condições reais para que o isolamento funcione.

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Mesmo assim, Valeska diz que é fundamental as pessoas se cuidarem e só saírem de casa quando for extremamente necessário. E fique atento ao seu corpo, não saia de casa e saiba quando deve procurar o serviço de saúde!!

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E, finalmente, a médica Valeska lembra que a saúde é um direito de todos e todas e que defender o Sistema Único de Saúde, não só nas crises e epidemias, mas, sempre, é um dever e um direito de todo cidadão.

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