Dia de Zumbi é marcado por operações policiais sangrentas no RJ

A data em que é comemorado o dia da Consciência Negra ficou marcado por operações policiais sangrentas na cidade do Rio de Janeiro. O Jacarezinho, a favela que mais concentra negros, foi mais uma vez alvo das violências do Estado, isso porque as ações já batem 3 dias consecutivos, e deixou um policial morto e 6 pessoas feridas.
De acordo com moradores há registro de violação de direitos como invasão de casas e abuso policial. Ainda segundo os moradores, hoje (20), chegou a ter 4 carros blindados circulando na comunidade ao mesmo tempo, e até um cachorro foi vítima, sendo morto a facadas.
Há ainda a denúncia de sequestros de moradores. Ontem (19), Leandro Sodré, foi levado por policiais e ficou horas desaparecido “Ele mora no azul, jacarezinho. A PM invadiu a casa dele, pegou ele dormindo e levou. A família ficou horas sem saber aonde ele estava. Conseguimos encontra-lo via plantão do Ministério Público, e foi encontrado na 19ª e está em liberdade”, afirma a família do morador.

De acordo com o ouvidor da Defensoria Pública, Guilherme Pimentel, dentre as denúncias recebidas, estão crianças baleadas, comércios destruídos, casas invadidas e até famílias intoxicadas pelo gás de pimenta dentro das suas próprias casas “Sabemos que uma série de motociclistas tiveram suas motos destruídas pela polícia. Já nos disponibilizamos a encaminhar para os atendimentos sobre possíveis indenizações. Enfim, seguiremos cobrando dos órgãos de controle das polícias para que interrompam as violações. Essa situação é muito absurda e revoltante”, conta.
Além do Jacarezinho, hoje (20), o Complexo de Manguinhos também amanheceu com tiros. A ação deixou 5 feridos e um morto, a Leopoldo Bulhões, principal via que corta a comunidade ficou fechada por 2 horas. A supervia também interrompeu a circulação de trens do ramal saracuruna.
De acordo com a PM, a corporação foi atacada por traficantes no Jacarezinho no momento em que realizava patrulhamento na comunidade, o que segundo eles, desencadeou a ação.
Moradores protestam nas redes sociais, veja:
